segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Nós por cá!

Cá vamos nós... E por cá vai tudo bem.
Se não estamos bem pelo menos fazemos os possíveis e impossíveis para que ninguém repare.
E nós por cá vamos indo.

Verdade seja dita neste país as coisas vão sempre indo... L e n t a m e n t e . . . Mas vão indo... Nunca se sabe bem para onde... mas vão andando... A pé coxinho... A passo de caracol... Em cima das muletas... Mas vai tudo indo... Bem... Dizem eles... Os que têm voz para ir dizendo alguma coisa...

Todos lemos os jornais, nem que sejam as "gordas" e todos ouvimos o noticiário... mais do que tudo todos vemos e sabemos que isto está cada vez pior... Mas para todos os efeitos está sempre tudo indo... Tudo bem... Tudo na boa... Afinal, não temos guerras, não temos fome, não temos gente a morar debaixo da ponte (não se esqueçam que essas minorias não são gente...) e nem temos problemas assim tão graves que seja necessário modificar o nosso dia-a-dia tranquilo e tão mais excitante que se resume aos passeios "casa-trabalho-casa" (com intervalos para ir beber café e desembolsar uns trocos numa "jola" e num maço de tabaco (únicos verdadeiros prazeres ao fim de um dia de trabalho).

Verdade seja dita neste país não nos falta nada... (a não ser dinheiro no bolso ou conhecimentos bem situados)

Quando precisamos de algo basta sair de casa, entrar no carro, ligar a ignição, notar que falta gasolina, deslocar-mo-nos à estação de serviço mais próxima, encher o depósito e pagar o referido montante para depois ir buscar o que precisamos onde de certeza o podemos encontrar... Claro que quando lá chegamos, já não temos dinheiro para comprar... Claro!! Mas a verdade é que não falta nada neste país...

Só passa fome quem quer... ou não tem dinheiro...
Só não trabalha quem não quer... ou não tem inteligência para não ser explorado...
Só não ganha quem não quer... ou não se dá ao trabalho de enganar ou roubar...
Só não há justiça para quem é cego... ou não quer ver...

Felizmente nasci em berço de ouro e nunca nada me faltou!
Quando não tinha onde dormir, não me faltaram caminhos a trilhar...
Quando não tinha de comer, não me faltaram braços para amparar...
Quando não tinha amor, não me faltaram sonhos...
Mas melhor do que tudo... quando não tinha nada... nunca me faltaram AMIGOS...
E isso... não há país, nem situação, nem condição, nem verdade, nem lugar, nem NADA que nos possa proporcionar... A não ser nós próprios... :)

Foto: "Let Your Spirit Go" by gilad

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Storm



Come come try
draw your scale
try to make it special
don't throw it all away
the time might be untrue
don't screw the day theres
something more to do

You are so special
you are a special germ
you are so special
in a restless world

Are you ready
to attack the storm
are you ready

Poor poor fame
still insane
buy me a ticket
to get and go away
the world in my pocket
shows me a way
out of empty secrets
no more yesterday

You are special
you are so special
in a restless world

Are you ready
to attack the storm
are you ready

I agree it's enough to be just me
silently theres a private symphony
I'm lying here with some monsters in my bed
I'm crying here with some monsters in my head
lying here
crying here

I'm ready to run with the storm

terça-feira, 6 de novembro de 2007

História de embalar...



Era uma vez uma menina que sonhava com pistolas e aventuras, corria pelos campos e matas, trepava às árvores e jogava futebol com os amigos.
Quando estava só em casa ela brincava com carros e soldados e inventava histórias de guerra e de acção.
Também tinha bonecas mas raras eram as vezes em que brincava às casinhas e às famílias.
Gostava mais de imaginar que era uma cantora adorada por todos mas só uma pessoa amava e para ela cantava (ok, desafinava mais do que cantava mas felizmente ninguém ouvia...).
À medida que crescia as suas histórias iam-se modificando mas eram só suas e mais ninguém sabia..
Toda a gente dizia que ela era diferente mas ninguém podia imaginar as histórias que vivia no silêncio do seu quarto.
Uma noite sonhou que alguém de quem ela gostava estava ali ao seu lado no espaço onde tanto brincava.
Alguém que não conhecia mas sabia amar como se fizesse parte do seu dia-a-dia.
Uma vez acordada ela só conseguia pensar que era com ela e mais ninguém que queria casar...
Nos meses e anos que se seguiram continuou apaixonada por aquela mulher nunca encontrada e que passou a ser a sua companheira e secreta amada.
Com o passar do tempo e na sua vivência endiabrada guardou secreto o seu sonho e a sua querida, exilada...
Esqueceu o sonho e agarrou-se ao mundo real assim como às pessoas com quem lidava.
Soltou-se no mundo tal uma diaba e viveu a fundo tudo o que a vida lhe dava.
Tornou-se adulta e fez-se à estrada procurando a aventura que tanto desejara.
mas a vida, cruel professora, ensinou-lhe o preço a pagar pelos sonhos de outrora. Assentando os pés no chão a menina pôs a cabeça entre as mãos e chorou desalmada aquele quarto onde brincava.
Quando abriu os olhos encharcados e olhou o mundo à sua volta, sentiu o coração encher-se de revolta e por todos os erros e enganos de que se alimentara.
O mundo não era nada... e não havia nele nenhuma fada com poderes para o alterar e fazer o céu brilhar.
Viu que nem a noite, sua eterna paixão, tinha sempre o luar com que se iluminar e no fundo não havia assim tanta razão para continuar a acreditar.

Mas a sua raiva era tal... que nem a morte lhe parecia real...

E no seu mundo se fechou e só quando à beira do abismo chegou, no momento da definitiva decisão, tomou consciência então que poderia sempre ser feliz enquanto tivesse sonhos a cumprir.
Voltou nesse instante à sua memória aquela estranha mulher e aquela história que tantas vezes a fez vibrar sem mesmo nunca se realizar.

Guardou-se do mundo vivendo nele...
Sonhou dias e noites a fio não construindo nada com brio...
Abandonou-se ao charme do desconhecido tentando acordar o seu ser entorpecido...
E viveu como quem vagueia sem deixar marcas nem mesmo na areia...

Até ao dia... Alguém lhe fez promessas indevidas e todas as suas mágoas ficaram esquecidas. Novos sonhos surgiram então e lançou-se de alma e coração numa nova vida a que chamavam "relação".
Não foi aceite pelos demais mas pouco importava à nossa menina cheia de ideais.
Ela só queria ser feliz e viver como sempre quis...
Mas, como no passado, a vida angustiante não deixou que o amor fosse avante.
E a menina triste mas decidida fez por quebrar o ciclo da sua vida e pegando no que aprendeu tomou o que por direito era seu: o AMOR.
"Não mais me vou entregar!" - Dizia ela magoada mas no fundo da sua alma nada mais esperava... do que acreditar novamente que o amor é o que faz de nós gente, nos alimenta e nos faz crescer.
Sim, esse amor ao qual ela não se entrega, ao qual ela foge e se nega... e que a vida traiçoeira lhe vai mostrar ser de outra maneira.
Saída nem sabe de onde, surge uma alma que como ela se esconde e que, tal como ela merece, tudo de bom que o amor oferece.

E eis que ela ama novamente... como merece pouca gente!!

Foto: "Til Death Do Us Part" by weasarena

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Triste :o(

Porque nem sempre as coisas nos correm como queremos...
Porque a vida também é feita de tristezas...
Porque não sou tão insensível como se pensa...
Porque hoje é um dia assim...

TRISTE... :0(

Porque o amor me foge entre os dedos...
Porque não o quero agarrar...
Porque sou feliz assim mesmo...
Triste...

Mas viajo pelos montes e vales da tristeza e da alegria...
E vivo plenamente cada dia...

...triste...



Foto: "Soar" by Darienlives

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Quem é livre?


Quem em plena consciência pode dizer que não tem amarras, ou responsabilidades e que não vive numa prisão??

Ninguém é livre!!

A liberdade é uma utopia, ideia inventada pelos poetas e sonhadores que apenas das suas divagações vivem... O que não podem admitir é que nem que seja desses mesmos sonhos eles são prisioneiros.

E todos somos dependentes de algo... nem que seja de nós próprios, dos nossos desejos e ambições, dos nossos amores, do ar que respiramos, do chão que pisamos...

E o pensamento?? Perguntam vocês...

Será o nosso pensamento a única fonte de liberdade existente??

Na realidade, acredito que não!
Estamos confinados a uma infinidade de informações que nos alteram a percepção e a forma de pensar. Desde a linguagem que usamos, a instrução que recebemos desde a infância, o conhecimento que adquirimos com a vivência, com certas situações, com determinadas atitudes, de acordo com a nossa própria personalidade...

Nunca poderemos ser livres a não ser com a morte...
e ainda assim...

Somos meros escravos de uma liberdade ilusória que nos permite atravessar a vida como se dela fossemos donos e senhores... da nossa pelo menos...
Pelo menos de nós próprios queremos ser proprietários...

Nascemos escravos de um corpo repleto de gravidade enquanto a nossa mente vagueia por cantos e mundos desconhecidos
... até de nós mesmos...
Foto: Freedom II by Marinshe

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

As cores do amor


Se o meu amor fosse um rio ninguém por ele se aventuraria pois a força da sua corrente arrastaria o maior dos nadadores.

Se o meu amor fosse uma montanha seria mais alta e agreste que o Evereste e por mais que tentassem, jamais o conquistariam.
Mas o meu amor não é nada disso.


O meu amor é frágil e veste-se com remendos que a vida deixou.

O meu amor duvida por vezes da sinceridade que exige, da beleza que contém e da simplicidade das coisas.

O meu amor perde-se quando os outros se aproximam e treme face às suas tentativas de assalto.

O meu amor... não é perfeito...

O meu amor... Juro-vos que o meu amor é lindo...

Não quero outro porque assim é o meu...
Fraco e atingível, talvez, mas sabe que o é e não deixa de ser real e verdadeiro...

O meu amor... é o meu... e será sempre assim...
Meu Amor...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Combustão de personalidades

Num quarto delinear habitam três pessoas.
A primeira a chegar foi uma personagem com um mau feitio insuportável, carrancudo e prepotente, aparente senhor de toda a razão, que vai vivendo das marcas deixadas pelas vivências passadas perguntando-se constantemente se poderia ter sido diferente.
Depois veio um realista, personagem sério mas sorridente, que insiste em lembrar ao primeiro que só hoje importa e que o que temos é no momento em que vivemos que o construímos e vive atormentado por uma única questão: Que mais posso eu fazer?
Finalmente juntou-se ao rol um sonhador, sempre sorridente, constantemente ausente de tudo à sua volta, como se vivesse numa nuvem, flutuando pelas paredes, tentando ocupar todo o espaço livre e espalhando pelos cantos a sua maior questão: Como será amanhã??

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Esquecimento

Acendi mais um cigarro como quem quer mudar de assunto.
Sinto o fumo invadir-me a boca, atravessar o esófago e penetrar os pulmões.
Penso no mal que me faz mas neste momento só o prazer importa e só nele quero pensar enquanto o vejo escapar-se pelos meus lábios semi-abertos e observo a cerveja pousada na mesa à minha frente.
E penso: "É isto que quero! Prazer sem culpa, esquecer o amanhã sem lembrar ontem e viver hoje, ainda que seja isto..."
E sinto a tua falta... A falta dos momentos inocentes que partilhamos quando não existe reprovações nem contas... Contas aos minutos de silêncio, às cervejas bebidas, aos cigarros fumados...
Sinto falta principalmente da verdade refletida nos meus olhos, do desejo incontrolável e sem complexos...

As vezes gostava de ter a coragem de me deixar levar pelas minhas tendências suicidas e pelo amor... para aniquilar o que de mim restasse e ser só tua nem que fosse em pensamento...

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

dúvidas

Eis que um sorriso tolo se desenha no meu rosto e insiste em lá ficar grudado até fazer doer os músculos. Sorriso de quem, nervosamente, tenta esconder o que tanto faz sorrir.
Diz quem o vê, quando olha para mim que foi a paixão ou o amor que deram entrada na minha vida.
Na verdade, é só um sorriso tolo de quem pensa amar.
O amor é quem nos tira do sério, mas é também quem desabrocha o que de mais sério há em nós. É o que nos faz chorar lágrimas de sangue e de raiva, é quem nos faz sentir o vazio por dentro e transpirar por fora.
Esse amor, que tantos sorrisos provoca e tantas línguas descrevem, é o mesmo que nos faz rastejar até ao mais profundo abismo sem corda de segurança para nos recuperar.
Essa coisa que toma posse do meu rosto e me faz sorrir, não é amor meus amigos, é a incerteza do futuro que se nos reserva quando nos entregamos a ele.

alimenta-me o EGO

Já dizia o Gabriel (aquele apelidado Pensador) que a gente cospe no prato que come para depois querer comer no prato em que cuspiu...
E quem sou eu para não te deixar comer...
Tens fome? AGORA COME!!
Come os restos que deixaste abandonados ao relento, ao sol e às moscas.
Come essa podridão acumulada dos dias e das horas passadas à espera de um vento refrescante, dos momentos de rejeição, das horas de desprezo.
E comes... Porque a fome é tanta e a comida escassa.
Porque nada mais resta do que a consequência do mundo que criaste.
Comes com gula, porque o orgulho que te resta já não é força mas ilusão.
Uma ilusão de fruta fresca e intacta apanhada da árvore ao som da lua que te clama uma doçura que já não existe.

E porque todos temos de nos alimentar, eu fico aqui pasmada a olhar-te devorar com sofreguidão o que em tempos consideraste lixo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

E tudo será nada...

Maravilhosa é como posso descrever esta raiva que me habita.
Solitária é a palavra que melhor me destingue.

Inútil é como me sinto.

Mas sei a importância que tenho neste mundo onde as palavras não passam disso, simples palavras para tentar explicar o inexplicável.

Prefiro ser o palhaço da festa a não ter qualquer tipo de festa...

Quero ser o centro do teu ódio, quero ser a vítima do teu orgulho... desde que seja algo para ti... nem que seja uma memória...

E que seria de mim sem o teu "desamor"...?

quarta-feira, 25 de julho de 2007

ansiedade


Lembras-te desse sentimento de impotência?
Da dúvida e da angústia que tomavam posse?
Tudo era novo e tudo me lembrava o que já era velho em mim...
Poderia eu fazer com que olhasses para mim com outros olhos?
Seria eu diferente em algum aspecto?
Porque também tu deves ter um novo a conhecer e um velho a lembrar...
Serão os teus olhos capazes de ver o "EU" para além do meu "eu"?
Será possível que repares no ser que renego como se nunca o tivesse sido?
Será amor esta coisa que nasce da novidade que sinto e não vejo?
Será que tens resposta para as perguntas que não faço e que a vida é isso mesmo: o que sentes sem ver?

terça-feira, 24 de julho de 2007

Ficas comigo?

A despedida foi longa. Os meus lábios colavam-se aos teus como se isso tornasse a separação que se avizinhava menos árdua. Os teus braços apertavam-me o corpo como se duvidassem da realização do nosso reencontro amanhã. Como se fosse a última vez, insistíamos em ficar ali, no meio da rua, à vista de todos e sem ver ninguém. Parece sempre ser a última vez. É uma dúvida que se instala em nós à medida que os nossos passos se afastam e nos levam para caminhos diferentes. Ainda que seja por umas horas, por uma noite ou por um dia até nos unirmos de novo, tu vais à tua vida e eu sigo a minha.
Finalmente ganhamos coragem para soltar um “até amanhã” abafado por um beijo roubado sem pensar. Mais um, só mais um... Não vá a vida ser ingrata e estragar-nos o amanhã.
Viras costas e eu fico especada a olhar para ti, enquanto te afastas, na esperança que voltes a lançar-me esse teu olhar mágico uma última vez e outra vez mais.
Fico aqui a ver-te com olhos que já não são os meus e o corpo que me grita a tua ausência.
Viras-te e arremessas um sorriso brilhante que desafia o dos teus olhos.
Levanto a mão para te dizer adeus e viro costas instantaneamente para guardar essa imagem como uma presença real ao meu lado. Continuas aqui. Sinto que te viraste novamente mas recuso-me a olhar para trás. Prefiro guardar esta miragem do que alimentar uma ilusão que vais ficar.
Prefiro guardar-te tal como te deixei: comigo.
Agora que já não estás, vou deliciar-me com o sabor que deixaste na minha boca, o teu cheiro que ainda me invade os sentidos e desfrutar da doçura das tuas carícias imaginárias.
Tudo isso ficará comigo como um fantasma cruel que atenua o vazio que ficou com as últimas palavras que dissemos: “Até amanhã.”

Foto: Love... by LadyAnubis

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Voa até amanhã...

Se o tempo me ensinou que a tua presença era algo prescindível, algo superável e puro fruto do semblante de amor que nutria por ti... então porque razão não me libertas deste nó que me ata as asas e me impede de voar?

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Allegro



Hold my tears sublime my wounds
Drown humanity in tear...now dominate!!!

terça-feira, 10 de julho de 2007

Anjos perdidos

Era uma sensação mais forte do que todas aquelas que conhecia.
Era uma paixão arrebatadora.
Largou tudo, lançou-se de cabeça, perdeu-se entre promessas e sonhos, quando em pleno voo algo atingiu as suas asas perfeitas e deu com a cara na dura realidade da terra batida que sobrevoava.
Os seus sonhos perderam-se na queda, a sua visão ficou nublada pela poeira levantada e os seus sonhos destruídos com a queda.
Ao levantar-se notou que das suas asas simplesmente restavam as penas espalhadas pelo chão. Não voltaria a voar.
Esfregou os olhos arduamente para ver melhor e sentiu as mãos ásperas e secas como nunca as suas tinham sido.
Inspirou profundamente e, com o ar fresco da noite a invadir-lhe os pulmões, sentio um vazio no peito... Não tinha perdido só as asas e a visão... tinha perdido o coração...

Foto: alone_in_the_end by zXxiusXz

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Happy thoughts from happy times



"Que eu tenha peso e medida em tudo... menos no amor"
Balaguer

terça-feira, 3 de julho de 2007

Alberto Caeiro

O Amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
porque já não posso andar só.

Um pensamento visível faz-me andar mais depressa.
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se não a vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio...

Continuo a sonhar


Sonhei que te seguia em segredo.
Pisava as tuas pegadas para que não descobrisses a minha presença.
A minha sombra dançava com a tua atrás de ti e tu nem viste.
Mas os sonhos são meras premonições da beleza que pode existir.
A vida é muito mais e eu pergunto-me se quero sonhar para sempre...

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Cada lágrima será vida



Que a chuva ampare as águas que me caem dos olhos...

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Insólito

Amigos então
ouvi-me dizer,
mas por mais que tente
não consigo entender
Porque não??
O tempo parou
no momento em que falaste
e só a imagem das tuas palavras
na minha memória ficou.
Foi tudo tão rápido
As lembranças invadiram-me sem querer
Como tudo passa a correr
Como se o mundo acabasse amanhã...
O teu mundo ou o meu?
Terá sido só o nosso?
E nada valeu a pena

O impulso que me deu
Foi aceitar com desagrado
esquecer e seguir o meu caminho
como se, entre nós, não existisse passado
e nunca tivesses feito parte de mim...

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Aprender a crescer...


Passam as horas...
Passam os dias...
Passam os anos...
Olhar para trás é lembrar aquilo que já não é;
O que nunca poderá voltar a ser...
Tudo passa.
Passamos todos, pelas horas, pelos dias, pelos anos...
O que fica já não é lembrança, já não é ferida aberta nem cicatriz.
Até as cicatrizes se apagam...
Fica, sim, a vontade de sobreviver.
O desejo de continuar a ser...
E seja lá como for e venha o que vier...
Se o que não nos mata nos torna mais fortes eu estou mais forte com tudo o que ainda não me matou.
E serei mais forte ainda... por fora... porque por dentro algo deveras importante já morreu há muito tempo.
Algo que nunca deveria ter nascido...
Ou algo que ao nascer estava pré-destinado a matar-me... por dentro...
Mas, afinal, todos estamos pré-destinados a morrer... e a questão é mesmo Quando isso vai acontecer?
Eu decidi que o meu dia será aquele em que possa partir de sorriso nos lábios por ter cumprido com o meu destino e ter feito nascer um sorriso nos lábios daqueles que mais precisam, daqueles que amo, daqueles que estimo...
Pode ser hoje ou amanhã, tanto faz...

Só tenho um desejo a cumprir: Ser feliz na tua felicidade!


Foto: The_Rose by Cocoa_Ma

Aprender a Amar



Amar é saber quando devemos doar as nossas asas para o outro poder voar...

quarta-feira, 20 de junho de 2007

abraços de borla...




basta um abraço para que o mundo nos pareça melhor e os nossos fardos se tornem mais leves...


Coração

Descobri um ditado Maia que diz:
"Existem três caminhos: o certo, o errado e o do coração.
O certo nem sempre é o certo;
O errado nem sempre é o errado;
O do coração é sempre o do coração."

Fez-me pensar...
Não poderia estar mais de acordo!
Quantas vezes nos iludimos com os caminhos que escolhemos?
Quantas vezes nos arrependemos de escolhas que pensamos ser as certas ou optamos pelas erradas por serem mais fáceis?
Se eram as certas, porque nos arrependemos? Se eram mais fáceis porque se tornam tão difíceis a digerir?
Quando escolhemos com o coração será que existe remorso?

Eu não sinto pesar nas minhas escolhas, mas isso sou só eu!

terça-feira, 19 de junho de 2007

Forever drowning...



I wanted freedom
Bound and restricted
I tried to give you up
But I'm addicted
Now that you know I'm trapped
Sense of elation
You'd never dream of
Breaking this fixation

You will squeeze the life out of me...

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Possession



Está tudo dito...
Deixo o silêncio falar por mim...
O olhar esclarecer os mal entendidos...
Deixo morrer as palavras nascidas da mágoa...
Para que brote novamente a flor da paz interior...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

À sombra da vida

Tão frágil esta maneira de atravessar o tempo e ir mais longe sem ter de voltar ao abismo onde encontrei a morte. Nesse lugar comecei a odiar-te, a fugir ao calor que o sol transporta nos seus raios de luz que, como lâminas, penetram-me o corpo.
Esta coragem para sair à luz e ignorar a dor que ela me causa como se nada tivesse acontecido é porque nada se compara à felicidade de te ver morrer com o anoitecer.
Alimento-me na sombra fria com o ar leve dessa noite que traz o leite que me consola e amamenta.
Abres as veias e ofereces-te para que eu viva mais um dia. Para que volte a encontrar o tempo sombrio e vazio da infância, passado distante onde o sangue nos unia e era só nosso. Mas essa vida escapou-se com a queda ruidosa de um corpo nessas rochas onde só o mar batia até então. E ouvi o mar chamar por ti ao longe. Ouvi as ondas enraivecidas de tanta falta de ar e de coragem gritarem o teu nome. Chamavam por ti mas era eu quem respondia.
Acordei. O vento a acariciar a areia quente, o sol a empurrar-me para um recanto qualquer há muito esquecido. O sol a gritar-me que não tinha o direito a voltar à vida. Mas eu voltei. Voltei ainda que fosse para viver na escuridão.
Escondi-me nas rochas até ganhar forças para enfrentar o dia que sorria ao ver-me como um verme entregue ao abraço da solidão. Raiva e incompreensão foi o que senti ao pensar que deveria viver para sempre nesta condição. Rodeada por violência e desespero pois nem a morte me quer como eu a quero.
Invade-me o cheiro podre de um corpo em decomposição. Preciso alimentar-me. Não posso acabar assim. A caça revela-se inútil. Não sei caçar só pescar e nessa espera continuo a deteriorar-me.
A vítima mordeu o isco e sem saber porquê foi um imenso prazer mordê-lo. Depois da espera o meu corpo recupera. Um novo ser nasce em mim e nada mais importa a não ser este sangue novo que me corre nas veias e as aquece e revigora. Invadem-me imagens de outra vida, um passado diferente do meu, lembranças de uma infância que só pode ter sido inventada pois nunca a conheci.
Finalmente descanso. Respiro calmamente observando a beleza do ser, agora vazio e pálido, que se deixou dominar para que eu pudesse renascer.
Paz. Enfim és minha para sempre.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Porque mereço

Desculpem a franqueza
mas quem me conhece sabe
que digo as coisas "nuas" e "cruas"
e como me vêm a cabeça.

Sei que mereço ser amada
e sei o que valho
mais ainda,
mereço até ser idolatrada!

Não que faça por o merecer
mas porque na mesquinhez deste mundo
prefiro ficar de fora
prefiro ser que parecer.

terça-feira, 29 de maio de 2007

esquecer é isto

On oublie les adresses

Comme les gens qui nous blèssent

On oublie sans cesse

Les jours d'anniversaire et nos clefs et les repères, on les perd

On oublieras les chaines de nos vies qui se trainent

On oublie quand même

Mais il est une chose à laquelle nous resterons fidèles

Les yeux,la voix,les mains,les mots d'amour ça reste là

Le jour et l'heure, la peau, l'odeur, l'amour ça reste là

C'est fort encore

C'est mort d'accord

Mais ça ne s'oublies pas

Ne s'oublie pas, ça

On oublie pas

J'oublierais ce mois d'Août où j'ai du faire la route sans toi

Sans doute

J'oublierais ma defaite et le rêve qui s'arrete

J'oublierais peut etre

Mais j'y pense encore quelques fois et ça ne s'explique pas

S'explique pas

Tes yeux,ta voix, tes mains sur moi toujours ça reste là

Le jour et l'heure, ta peau,l'odeur,l'amour ça reste là

C'est fort encore

C'est mort d'accord

Mais ça ne s'oublie pas

Ne s'oublie pas, ça

Je n'oublie pas

Les yeux,la voix,tes mains sur moi,les mots d'amour ça reste là

Le jour et l'heure,la peau,l'odeur,l'amour c'est là

On oublies pas

Les yeux,la voix,tes mains sur moi,les mots d'amour

Ça reste là

On oublie pas

Ça s'oublie pas

Le jour et l'heure,la peau,l'odeur,l'amour c'est là

On oublies pas

Ça s'oublie pas

Les yeux,la voix,tes mains sur moi,les mots d'amour

Ça reste là

On oublie pas

Je t'oublie pas

Le jour et l'heure,la peau,l'odeur,l'amour c'est là

On oublie pas

Je ne t'oublierais jamais.

ZAZIE-"Ça"

Esquecemos os endereços

Como as pessoas que nos magoam

Esquecemos, sem cessar

Os aniversários e as chaves e as referências, perdemo-los

Esqueceremos as correntes das nossas vidas que se arrastam

Esquecemos, de qualquer maneira

Mas há algo a que continuaremos fieis

Os olhos, a voz, as mãos, as palavras de amor, isso fica cá

O dia e a hora, a pele, o cheiro, o amor, isso fica cá

É forte, ainda

De acordo, está morto

Mas isso não se esquece

Não se esquece, isso

Não esquecemos

Esquecerei esse mês de Agosto em que tive de fazer-me a estrada sem ti

Sem dúvida

Esquecerei a derrota e o sonho que se acaba

Esquecerei, talvez

Mais por vezes ainda penso e isso não se explica

Não se explica

Os teus olhos, a tua voz, a tuas mãos sobre mim isso fica cá

O dia e a hora, a tua pele, o cheiro, o amor, isso fica cá

É forte, ainda

De acordo, está morto

Mas isso não se esquece

Não se esquece isso

Eu não esqueço

Os olhos, a voz, as tuas mãos em mim, as palavras de amor, isso fica cá

O dia e a hora, a pele, o cheiro, o amor estão cá

Não esquecemos

Os olhos, a voz, as tuas mãos em mim, as palavras de amor

Isso fica cá

Não esquecemos

Isso não se esquece

O dia e a hora, a pele, o cheiro, o amor estão cá

Não esquecemos

Isso não se esquece

Os olhos, a voz, as tuas mãos em mim, as palavras de amor

Isso fica cá

Não esquecemos

Eu não me esqueço de ti

O dia e a hora, a pele, o cheiro, o amor estão cá

Não esquecemos

Eu nunca te esquecerei.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Lamento

Não imaginas como dói.
Quanto custa apagar-te desta memória que teima lembrar-te a cada segundo.
Ficarás sem saber o vazio que se impoe em troca do teu abraço.
E é assim que fico hoje: Vazia.
Em cada lágrima tento esquecer o que deixaste em mim.
Em cada lágrima tento recuperar o que sobra de mim.

Morrer é também renascer.
Talvez consiga seguir em frente... Talvez não...

Talvez agora consigas ser feliz!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Não sigas os meus passos.
Não sigas as pegadas dos sentimentos que deixo escapar a cada passo que dou.
Não acredites em mim.
Porque sou egoísta e só eu existo no meu mundo. Tudo o resto é complemento, reflexo do que me falta.
Não vás por onde vou, porque o meu caminho esconde armadilhas sem fim.
Porque guardo bem no fundo quem sou e para onde vou.
Não me sigas. Por mais que te pareça segura do que quero atingir, sou só uma sombra iluminada pela vontade de fugir.
Sou só eu. Única nesta prisão que habito.
Quem me dera livrar-me deste Eu que é tão mais forte que o meu querer.


Amar para quê, se o amor esconde nos seus encantos todos os recantos dos quais tento escapar?

terça-feira, 22 de maio de 2007

Porquê?!

Todos conhecemos aquela fase em que a curiosidade se torna mais aguda, principalmente nas crianças, em que desatam a perguntar-nos o porquê das coisas.
Para quase tudo e, apesar da exaustão que nos causam quando nunca mais param de perguntar porquê, nada é mais difícil de explicar do que a morte.
Porquê? dizem elas... e que outra resposta podemos dar senão: porque é assim; porque todos morremos; porque ficou doente; porque foi melhor assim... (é melhor nunca dizermos isto a uma criança!!) e por mais que tentemos explicar, os “porquês” continuam a surgir, uns atrás dos outros...
Mas nem só as crianças questionam o porquê das coisas. Eu, pessoalmente não tenho muito jeito para aturar esse tipo de questionários e frequentemente deixo essa tarefa à minha amiga sm, até porque eu tenho mais tendência a fazer-lhe essas mesmas perguntas. Porquê isto? Porquê aquilo? Porquê que andas tão em baixo ultimamente? Porquê que não lhe dizes o que sentes? Porque sou assim?! Eu sei que parece mentira para quem me conhece, sempre segura e auto-suficiente, mas a verdade é que sou assim porque tenho o apoio incondicional de uma alma paciente e atenta, eterna apaixonada, sensível e materna.

E venho por este meio demonstrar ao mundo inteiro que reconheço a sua importância na minha vida. Porque apesar de nem sempre ter as respostas que procuro, ajuda-me a encontrar as que preciso. Porque apesar de sensível e tímida, tem uma força infindável para me contradizer e seguir o caminho mais difícil sabendo que todas as portas se abririam se escolhesse o mais fácil.

Não se habituem! Não sou assim por natureza! Mas sei dar o devido valor a quem merece.

Hoje levanto o meu véu para te dizer o quanto és especial. Hoje sou eu que te vou dizer que se tudo acontece, tem uma razão mais profunda do que aquela que vemos. Que a vida é feita de coincidências e consequências. E que tu és só um elo na corrente do destino!
Não tentes compreender o que não tem explicação.
Não procures respostas a perguntas que não podem existir.
Segue o instinto que sempre te foi fiel.
E, aconteça o que acontecer, nunca deixes de seguir o que te dita o coração!

in memory of Ricardo Cardoso

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Eu e...




Ca n'est pas du rimmel sur mes yeux,
Ni du rouge à mes lèvres,
C'est pas c'que tu crois,
Juste que c'est beau.
Ca n'est pas ma robe qui vole un peu,
Pas pour que tu voies mes jambes.
C'est pas c'que tu crois,
Juste que j'ai chaud

Ce n'est qu'une chanson d'ami,
D'ami, pas d'amour.
Ce n'est qu'une chanson d'ami,
Promis, pas d'amour.
Je ne t'aime pas,
Je t'aime bien.

Ca n'est pas ma main, là, dans la tienne,
Ni ta veste sur mes épaules,
Non c'est pas c'que tu crois,
Juste que j'ai froid!
Ca n'est pas ma main, là, qui te gêne,
Oh! je sais, ça n'est pas drôle,
Mais c'est pas c'que tu crois,
C'est juste comme ça!

Ce n'est qu'une chanson d'ami,
D'ami, pas d'amour.
Ce n'est qu'une chanson d'ami,
Promis, pas d'amour!
Je ne t'aime pas,
Je t'aime bien.

Ca n'est pas pour celle que tu embrasses,
Pas pour ça que je pleure,
Si c'est c'que tu crois,
Tu t'es trompé!
Ca n'est pas parce qu'elle a pris ma place,
Pas pour ça que je t'en veux!
Si tu n'veux plus de moi,
Autant se quitter

Avec une chanson d'ami,
D'ami, pas d'amour,
Avec cette chanson d'ami,
D'ami, pas d'amour,
Ce n'est qu'une chanson,
promis, mon amour,
Je ne t'aime pas,
Je t'aime bien.
Tu ne m'aimes plus,
Mais ça fait rien!
E aqui vai uma tradução:
Não é do rímel nos meus olhos,
Nem do batom nos meus lábios,
Não é o que tu pensas,
É só porque é bonito.
Não é do meu vestido a esvoaçar,
Não é para que me vejas as pernas.
Não é o que tu pensas,
É só porque tenho calor.

É só uma canção de amigo,
De amigo e não de amor.
É só uma canção de amigo,
Prometo, não é de amor.
Eu não te amo,
Eu gosto de ti.

Não é da minha mão aqui, na tua,
Nem do teu casaco sobre os meus ombros,
Não, não é o que tu pensas,
É só porque tenho frio!
Não é a minha mão que te incomoda,
Oh! Eu sei que não tem piada,
Mas não é o que tu pensas,
É só porque sim!

É só uma canção de amigo,
De amigo e não de amor.
É só uma canção de amigo,
Prometo, não é de amor.
Eu não te amo,
Eu gosto de ti.

Não é por aquela que beijas,
Não é por isso que choro,
Se é o que pensas,
Estás enganado!
Não é porque ela tomou o meu lugar,
Não é por isso que estou chateada!
Se já não me queres,
Mais vale separarmo-nos

Com uma canção de amigo,
De amigo e não de amor,
Com esta canção de amigo,
De amigo e não de amor,
É só uma canção,
Prometo, meu amor...
Eu não te amo
Eu gosto de ti.
Tu já não me amas,
Mas não faz mal!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Confissão de uma pusilânime.

“No amor, o verdadeiro vencedor esquece que está numa corrida. Apenas ama correr.”
Odeio perder!
Lembro os tempos em que não me cansava de correr e aplicava-me para ganhar a todo o custo. Avaliava os meus adversários antes de me decidir a concorrer e enraivecia-me quando surgiam surpresas. Se perdia, não descansava enquanto não houvesse desforra! E não me importava que fossem mais fortes ou mais rápidos que eu, desde que pudesse demonstrar que nunca me iria vergar à sua alegada superioridade.
Que coragem a minha! Ainda hoje, todos os que me conhecem, sabem que passo por caminhos onde muitos não se aventuram, vou onde não posso e faço o que não devo.
Mas o que vocês não sabem, o que não vos mostro, é que na realidade sou apenas uma destemida cobarde.
No que concerne aos amores então prefiro nem pronunciar-me.
Cobarde por pensar que na recusa de voltar a entregar-me encontrar-me-ei.
Cobarde por encerrar o que me resta de coração numa prisão solitária para que este não mais seja roubado.
Cobarde por desejar a felicidade sem no entanto me arriscar.
Mas, mais ainda, sou cobarde por não conseguir sentir senão as cicatrizes que a vida me presenteou.
Ávida de felicidade, refugio-me nos miasmas do passado; e em fantasmas, dos quais, tal como o amor verdadeiro, todos falam mas nunca ninguém os viu!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

RAIVA!!!

Quem me conhece sabe que fervo em pouca água!
Quem convive comigo sabe que por vezes sou insuportável!
Mas se há coisa que me tira completamente do sério é a injustiça!
E hoje estou loucamente IRRITADA!!!
A maior injustiça deste país começa pelo facto de o dividirem em duas classes:
Os grandes e os pequenos!
Temos os senhores doutores e os outros;
Os ricos e os merdas;
Os fardados e a gentinha;
Os que trabalham e os preguiçosos;
Os pensadores e os burros;
Os espertos e os que se f****

Chego a conclusão de que não existo assim como todos aqueles que fazem parte do meu círculo de amigos e conhecidos.
Não existimos senão como uma massa que enche as ruas e lhes rouba o ar que cada um merece não sua própria condição: O2 para uns e CO2 para os outros!

Por mim, podem morrer todos!!!!!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Desejo

Entre as quatro paredes, duas sombras iluminadas por luzes trémulas despem-se do silêncio com arfares de desejo em cada movimento.
O luar penetrando pela janela, reflecte-se nas negras pupilas dilatadas que fitam nervosamente os lábios semiabertos que tanto anseia beijar.
As suas mãos procuram desesperadamente um apoio ao sentir a aproximação do corpo desnudado da outra.
E que melhor amparo que, o da única testemunha presente, aquela que acolherá cada suspiro da sua pele.
Os seus músculos relaxam-se e quase se deixa cair quando finalmente o calor das suas bocas se une, fazendo escorrer um arrepio ao longo da sua coluna vertebral, abandonando-se ao prazer do momento.

A tal história inspirada pela poppie! Thanks, my friend!!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Monólogo

mystique: Vou mudar de ares. Estou mesmo a precisar de ver outras caras e conhecer outros lugares. Vai fazer-me bem.
sm: Sim, faz bem, mas serás sempre a mesma e as mágoas não vão desaparecer por isso.
mystique: Talvez as mágoas continuem presentes mas vou sentir-me melhor.
sm: E não te faz diferença que essa pessoa goste mesmo de ti, que esteja apaixonada?
mystique: Eu não pedi nada. Quando aconteceu eu fui bem clara sobre o que esperar ou não de mim.
sm: Isso são as desculpas que te dás para vingares as mágoas passadas em alguém inocente.
mystique: Ninguém é inocente! Nem mesmo tu...
sm: Nunca proclamei sê-lo.
mystique: Mas pensas que os outros são?!
sm: E não é o caso? Que culpa tenho eu, por exemplo, que essa paixão arrebatadora à qual te entregaste te tenha magoado tanto?
mystique: Toda! Aprendi contigo :)
sm: Lá estás tu a pôr a culpa nos outros. Tu que tanto te proteges, entregaste-te e não soubeste lidar com o fim.
mystique: Nada disso. Eu sei perfeitamente que acabou e por isso mesmo parto para outra.
sm: E arriscas-te a magoar alguém que te ama...
mystique: É um risco que todos corremos quando gostamos de alguém.
sm: Desculpas...
mystique: Não sou como tu. Prefiro partir para outra a fechar-me no meu canto indifinidamente a lembrar uma pessoa e a massacrar-me por não poder estar com ela.
sm: Eu simplesmente prefiro curar-me antes de me atirar de cabeça noutra relação.
mystique: Sim?! E isso dura há quanto tempo, essa cura?
sm: Não é o tempo que conta mas sim o resultado.
mystique: Claro que conta! Tu preferes viver eternamente a lembrar como foi e pensar em como poderia ter sido. E todo este tempo e não vejo resultados!
sm: Prefiro assim do que arriscar-me a magoar alguém que não é por nada na história. E tu, claro está, não pensas nisso.
mystique: Eu prefiro viver o momento.
sm: Então e que momento é esse que te preparas a viver com alguém por quem não sentes nada?
mystique: Um momento de prazer. E eu tenho sentimentos!
sm: Sim, por outra pessoa!
mystique: Porque insistes nisso? Já passou!
sm: Eu sei que tens sentimentos: sentimentos momentâneos de bem-estar, de prazer! Sei que és sincera mas talvez isso não seja suficiente para quem está apaixonado por ti...
mystique: O prazer, tal como o amor são coisas que se dão gratuitamente, correndo riscos como se correm todos os dias nesta vida. E quem me diz que não me apaixono a sério??
sm: Eu conheço-te! Tu não te apaixonas assim de um momento para o outro. Ou gostas ou não gostas. Sempre foste assim...
mystique: As pessoas mudam.
sm: Não de um dia para o outro. Não de forma tão significativa e muito menos tu!!
mystique: Eu mudei muito nos últimos dois anos e tu, mais do que ninguém, sabes isso perfeitamente.
sm: Sei. E lembra-me lá como foi que esse milagre aconteceu! Apaixonaste-te e entregaste-te de corpo e alma.
mystique: Certo! E do que me valeu?
sm: E agora queres voltar a ser quem eras como se nada tivesse acontecido?
mystique: Quero continuar a minha vida. Não quero ficar parada à espera do que já foi.
sm: O que tu não queres é ficar sozinha.
mystique: Eu nunca estou sozinha!
sm: É verdade. Tens-me a mim!
mystique: LOL!!! És mesmo ingénua...

Milena: Decididamente estas duas não se entendem!
Se uma diz mata, a outra diz salva!
Quando uma quer, a outra recusa-se!
Não sei como se entendem.
E pensar que moram juntas!!!!!!!

(...)To be continued(...)

terça-feira, 8 de maio de 2007

Lucky one!

Sorte é um quase-sinónimo de destino, com a principal diferença de admitir uma divisão entre "boa sorte" e "má sorte" (quando se fala em destino, essa divisão é inadmissível). No entanto, imaginar que existe uma sorte é algo que exige admitir a ideia de predestinação, ou seja, de que algo ocorreu por fatalidade, programação ou desígnio imposto por forças maiores, sejam estas cosmogónicas, metafísicas ou teológicas.

Eu não acredito na sorte! As escolhas que fazemos na vida trazem-nos consequências, não castigos ou recompensas! Mas como animal pensante que sou não posso impedir-me de questionar as coincidências.
Como o dia em que conheci o Rich.
Depois de uma viagem de 25horas, sem dormir, a pensar quando poderiam os meus braços novamente sentir o calor do corpo da minha amada, o cansaço venceu-me. Sentada num canto da gare, agarrada aos meus poucos pertences, adormeci. Acordei meia assustada com uma mão que me batia no ombro e ao levantar a cabeça, deparei-me com uns belos olhos verdes arregalados, olhando em volta como se procurasse algo e desconfiasse de tudo. Era o Rich, 13 anos, órfão, desde os 7 a passear-se pelas ruas de Paris e a desenrascar-se. Olhou para mim, já de olhos abertos, e disse-me simplesmente que se me deixasse dormir mais 5minutos poderia acordar só com a roupa no corpo, ou nem isso. Levantei-me, meti a mão ao bolso e reparei que nem dinheiro tinha para beber um café. Ele ofereceu-se para me pagar um, tinha acabado de receber uns trocos e não sabia porque razão acreditava que eu voltaria para lhe pagar o almoço no dia seguinte.
Durante seis meses partilhamos os cantos da gare, os trocos, os almoços, a manta para dormir. Mostrou-me os melhores esconderijos, os códigos da rua e desapareceu como surgiu, sem deixar rasto.
Sorte ou coincidência, não sei. Sei que durante esse tempo tive um irmão. Alguém que cruzou e partilhou a minha vida, ainda que por um curto espaço de tempo, e fez-me esquecer os momentos difíceis que atravessava. Sim, porque comparada a ele eu tinha tudo!

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Presa

Pairas sobre mim como aquelas nuvens que ameaçam chuva e solta-se a tempestade.
Uma única gota caída a teus pés é confundida com a insegurança de te querer.
Quando se afasta a névoa que cresce nos meus olhos, interpretada por ti com a imprudência de um amor adquirido, vejo finalmente o quanto perdi ao dar tanto de mim.
Nego o que mais desejo para libertar quem tanto amo e é nessa ausência que finalmente te desnudas.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Incertezas



"As incertezas ocupam espaços na minha cabeça mas nunca tanto quanto o que ocupas no meu coração"

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Para ser especial

És tão especial! Todos te procuram, todos pedem os teus conselhos, todos querem a tua amizade, todos te querem... Sentes-te obrigada a esconder em subterfúgios para os evitares, para não teres de ser brusca e insensível ou para manteres o mistério que te envolve.

Eu sou só eu. E não pretendo ser mais nada. Se tenho segredos são só meus, não os desvendo a ninguém, nem a mim própria. Sou translúcida, tal água turva que segue a tempestade. E se não te digo onde vou afluir é para que não sigas a minha corrente sangrenta e nela te afogues.

Continua a ser quem és. Amo-te assim mesmo.
E continuarei a amar-te... em silêncio.

Os meus Filhos!

Observo de longe os pequenos passos incertos que dás, deixando escapar um suspiro inquieto em cada tropeço, mas mantenho-me firme e deixo-te cair. Levantas os olhos, meios chorões como quem pergunta porque não te acudo e eu parecendo uma fã de futebol encorajo-te a levantares-te como se nada fosse. E quando te ergues novamente, corres para mim sorrindo por teres conseguido sozinha, lanças o teu corpo frágil nos meus braços como para recuperares forças, dás-me um beijo como quem agradece e voltas à aventura sem mesmo o meu consentimento.

Os teus passos são agora mais largos, cresces sem que eu tenha dado conta. Já não tenho de mudar fraldas e as perguntas que me fazes por vezes surpreendem-me, talvez porque nunca as fiz ou simplesmente porque nunca tive de responder. Agora queres saber como nascem os meninos, porque o teu amigo da escola já não quer jogar a bola mas quer dar-te beijinhos. E eu pacientemente explico-te como nunca antes me explicaram.

Bolas, tu e as namoradas que não compreendes! Já te disse mais de mil vezes, quando elas não querem não insistas. As mulheres são complicadas, basta olhares para mim.
Mas continuo a aconselhar-te sobre as mensagens que deves mandar, o que deves dizer, ainda que não tenha a certeza, tento ajudar. É sempre difícil ver-te crescer.

Olho-te, de bengala na mão e pergunto-me como te posso ajudar.
Em tempos, já idos, eras capaz de me mandar bugiar apenas por perguntar se precisavas de algo. Hoje, sinto-te mais próximo, mais dependente, mais criança outra vez.
Hoje, olhando para ti, vejo mais um filho para alimentar, aquele que também eu fui, aquele a quem tu deste a mão, aquele que aconselhaste como se fosse teu, que alimentaste com carinho e sem nada pedir em troca.
Quero dar-te esse mesmo amor que me deste quando eu não entendia que o esforço do dia-a-dia não nos deixa tempo para sonhar.

Amo todos estes filhos que não são meus! Tão diferentes que eles são. Do maior ao mais pequeno, todos são meus sem nunca me pertencerem.

REBELDE!!!

Viva a rebeldia!
A que me faz acordar cada dia só para contrariar as vontades do mundo que me rodeia.
Basta ter de me vergar ao quotidiano do trabalho e casa e despesas pra pagar.
Estou farta que mandem na minha vida sem mandar.
Basta de apontarem o dedo a tudo o que faço e repreendam o que digo sem mesmo saber.
Nunca poderão calar a voz desta rebelde!
Não faço! Não quero! Não vou!
Sou como sou e vou para onde for.
Ninguém manda em mim senão eu!
Não respondo sem saber e não faço sem querer.
Calo-me se quiser e nem a violência me pode parar.
Se ser diferente e defendê-lo é ser rebelde, então tenho a convicção:
Sou Rebelde de alma e coração!!

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Eu e Tu

Hoje bateu-me à porta o vazio.
Aquele que me preenche desde que me abandonaste.

Quando partiste, de sorriso nos lábios, não percebi que seria tão difícil viver sem ti.

Mal te conheci mas tenho-te presente em cada veia do meu corpo como o sangue que as percorre.

O tempo passou por nós como se fosse um dia e a ferida que deixaste continua profunda nesta alma solitária.

Deixaste-me somente o silêncio crescente de criança indesejada e carente.

Vivo o teu último sorriso como uma eterna carícia à minha memória.
Viverei eternamente pensando no que seria de nós se não tivesses ido...

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Vejo-te

Vejo-te por trás do cabelo engomado de madeixas claras que, naturalmente lanças por cima dos ombros num gesto desenvolto de quem nada esconde; por baixo da base e da maquilhagem que escolheste a condizer com o teu estado de espírito, entre o rímel negro que sobressai os teus olhos verde água; vejo a tua simplicidade para além de todos os acessórios que te dão esse ar de boneca perfeita em porcelana pré-fabricada.
Vejo o vazio que habita as palavras que aprendeste nos programas cultos da televisão e que nos soltas de forma disciplinada enquanto com olhares furtivos me perscrutas e invades.

Estranho esse ar reprovador com que estudas cada um dos meus gestos, sempre com um brilho rebelde no olhar e, sem nunca me encarares directamente, deixas escapar um sorriso discreto.

Quando percebo a porta aberta que deixa escapar essa imagem que não queres transparecer, pergunto a mim mesma se não será somente curiosidade. Estou pronta a satisfaze-la! Estou sempre pronta a mostrar que uma mulher é mais do que aquilo que aparenta. Muito mais do que aquilo que diz e vai sempre muito além daquilo que faz.

Vem, espero-te! Abro-te a porta consciente que em qualquer altura a fera que escondes fará a sua aparição para me devorar... Estou pronta! Devora-me! Sacia essa sede que defendes não ter! Aquela que calas olhando-te ao espelho e confinando-te às trivialidades quando o que na realidade procuras é um simples momento de prazer que te faça voar.

Estações

Com a chegada da primavera o meu pensamento ocupou-se com o amor que paira no ar.
Ouvindo os pássaros a cantar imagino que não só eles encontram o seu par como também um me há-de encantar.
E paira a magia desta estação que nos desperta a paixão e ponho-me a pensar na mulher que não consegui encontrar.
Aquela que me faz estremecer com o olhar e com uma palavra deita por terra todas as minhas convicções. A que fará de novo nascer em mim esse sentimento que tortura e se apazigua com uma simples carícia. Alimentar-me-á o desejo enquanto este lhe for desconhecido até que rendida e aninhada nos lençóis do meu amor se assustará com o tanto que tenho para lhe dar.
Rapidamente chegará o verão e com ele o calor que substituirá o do abraço antes tão procurado.
Com um pouco de sorte estarei demasiado cega para ver a distância instalar-se entre nós e continuarei a dar-me incondicionalmente esperando simplesmente que, mais do que eu, ela abra os olhos para ver.

terça-feira, 24 de abril de 2007

surreal




nothing i do is normal
just get uSe or get lOSt

por amor

O mais difícil é não saber o que esperas de mim.
Diz-me como queres que seja e por amor a ti assim serei.
E serás feliz... (?)
Até ao dia em que verás que deixei de ser eu para me tornar apenas um reflexo dos teus desejos.
Até ao dia em que apontar-te-ei o dedo pela perdição que causaste em mim.
Até ao dia em que esse reflexo não mais te satisfará e serei mais uma página da tua vida.
Uma que ao virares vais esquecer que existiu.
Tenho, para teu prazer, o dom de ser aquela que escolheres.
Mas com isso talvez deixe de ser eu.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Palavras soltas

Sinto-me perdida. Por mais que queira não me consigo exprimir, as palavras não chegam. Fico-me pelo silêncio mas já nem ele me consola. Estou farta de palavras caras que parecem não dizer nada.
Já nem sei o que dói mais: se o vazio que se instala em mim ou esta solidão que me persegue. Mas eu até gosto da solidão, ela é conselheira e a minha mais fiel companheira.
As dúvidas assombram-me a mente como se já nem soubesse onde estou ou para onde vou. Dizem-me que é do cansaço. E sim, sinto-me cansada; de palavras ao vento, de vontades indecisas, de momentos efémeros, de promessas vãs, de mentiras descaradas, de amores traídos, de segredos espalhados, de rumores inventados, de vidas estragadas...
Cansada de olhar e não ver senão tristeza e frieza. Cansada de me perder nos caminhos por onde adoro andar. Cansada de não te encontrar...

Sensibilidades

Quantas vezes o nascer e o pôr-do-sol te incendiaram a cara lavada das lágrimas que te recusaste a chorar?
Quantos dias passaste dormindo de olhos abertos para não sonhar com ela?
Quantas noites foram conselheiras por entre inúmeras maluqueiras para fugires de a ver?
Quantos feitiços lançaste à lua para que ela voltasse para ti?
E as incontáveis vezes que te abandonaste às mais inúteis tentativas de a esquecer?
Tudo em vão. Pois ela estava sempre lá.
E quanto mais a negavas, mais ela existia em ti.
Só quando a enfrentaste é que viste que afinal eras tu que não a deixavas ir...

Este é para ti sm!!

Com franqueza

Fraqueza não é sentir, não é ouvir, não é chorar.
Fraqueza é fugir de quem somos e de amar.
Fraqueza não é não saber quem somos mas deixar de procurar.
Não existe fraqueza em sonhar mas sim em mentir e magoar.
Não levanto a voz mas digo o que penso a quem quiser ouvir.
Grito em silêncio para espantar a dor e estendo a mão até ao maior estupor.
Sabem porque não temo dar a outra face?
Se uma palavra fere e duas ainda mais, nada dói tanto como a surpresa. A segunda nunca será tão forte como a primeira...
Aos que me magoam, respondo sorrindo pois tal não esperam.
E melhor resposta não existe do que deixar a própria vida provar-lhe o quão grande erro cometeram.
Não tenho inimigos, não me dou a esse trabalho.
Destes sei sempre com o que posso contar.
Já os “amigos” são bem mais difíceis decifrar.
Quando menos se espera desaparecem.
E quando mais precisamos viram-nos as costas.
Com franqueza vos digo:
Não existe maior beleza do que saber quem é nosso amigo.
E esses só se descobrem nos nossos momentos de fraqueza!

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Respeito!!

O respeito é uma coisa cada vez mais difícil de encontrar.
Felizmente existem sempre as excepções para confirmar uma regra adoptada pela sociedade.
Há muito que conheço a sm e por incrível que pareça nunca conheci ninguém com quem estivesse tão constantemente em desacordo como com ela.
É uma pessoa sensível, honesta, apaixonada, ponderada, paciente, modesta e incapaz de fazer mal a uma mosca! Tudo boas qualidades que por vezes também se tornam irritantes principalmente para mim.
Agasta-me que por vezes se deixe espezinhar para não impor a sua vontade ou, como gosta de dizer, “por respeito pelos outros”. Eu sou demasiado impaciente e impulsiva para poder aprovar tal comportamento. Claro que também sou demasiado egoísta para me aperceber muitas vezes no momento certo do que se está a passar e até é melhor assim, porque quando acontece chegamos a ter discussões que mais parecem autênticas declarações de guerra...
Mas por mais disputas ou gritos (da minha parte) que haja nunca esquecemos a amizade verdadeira que se construiu ao longo dos anos e a tal coisa essencial no relacionamento entre as pessoas: RESPEITO! E é mútuo!
Cada um é como cada qual e não se pode exigir respeito se não estivermos prontos a oferecê-lo também!
Respeito, meus caros e caras, é uma coisa em vias de extinção! Por isso aconselho, quando encontrarem alguém assim, guardem-no como a coisa mais preciosa da vossa vida. Porque esse é o verdadeiro amor que faz bater os corações e a terra girar, não em torno de nós próprios mas connosco.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Questões de Amante

Frio e distante é cada vez mais o coração do amante.
E o amante já nem tem o mesmo amor pelo que esse nome lhe dá.
Passado o momento de paixão tudo se torna desilusão.
Que é feito do querer? Do desejo ansioso e que não se farta?
Que é feito do sentimento que persegue, batendo-se contra ventos e tempestades, e onde se esconde o calor e a humildade do amor?
Porque já não nos é possível reconhecer o que nos vai por dentro? O que nos impele e nos arrebata cada dia como se fosse o primeiro?

O sol da minha vida brilha só para ti e, no entanto, nem o vês!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Bom dia Alegria!

A vida é bela, já todos ouvimos dizer.
Mas quem no seu perfeito juízo a sabe viver?
A bela vida, quero dizer...
EU sei!!!
Acordo quando o sol já se pôs e deito-me quando ele se levanta.
Sou assim e sou feliz!
Vejo a vida para além das aparência e das palavras.
Vejo e sinto cada gesto, cada momento.
Ando pelas ruas inundadas de gente estranha e é aí que me sinto bem!
Pois digam lá se não é verdade?
O que mais se encontra por este mundo a fora é ignorância!
Falta de ver e viver.
Todos falam do que ouvem nas notícias e do que lêm nos jornais mas quem esteve lá para ver como se passaram realmente as coisas?
Eu estive!!
E vi e vivi!!
E sou feliz!!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Born in a far away place...

Sempre tive curiosidade por tudo o que é diferente. As origens, os costumes, as línguas, a maneira de ver e viver que cada um tem de acordo com o local onde nasceu e/ou viveu e que nos fez evoluir até sermos quem somos.
Talvez porque nasci num país distante, de costumes diferentes e com uma simplicidade de vida que nunca voltei a encontrar desde então. A vida fez-me viajar por outros países e conhecer outros mundos mas sempre senti um carinho especial por aquele que acolheu o meu primeiro suspiro.
Nem tudo eram rosas mas nunca faltava o perfume delas no ar por mais difíceis que fossem os tempos. Por entre ruas degradadas ou estradas sem asfalto, nos rios poluídos ou nos jardins lamacentos, tudo era motivo de alegria nem que fosse pelo simples facto de sentir o sol bater-nos na cara e acordar para um novo dia. Era uma vida pobre em meios mas rica em experiências e imaginação. De uma lata vazia depressa se fazia um novo brinquedo. Com tampas de frascos e pedaços de papel surgiam os mais belos clubes de futebol. Com pedras e terra se criavam novo jogos e nada ficava por aproveitar.
Tantas vezes caí sem mãos para me amparar e mesmo de joelhos esfolados e galos na cabeça me levantei para continuar. Nesses tempos parecia-me que as forças nunca me faltavam, que o meu espírito era incorruptível e a inocência eterna.
Mas tudo isto foi há muito tempo, no país onde o meu outro eu vivia.