sexta-feira, 10 de agosto de 2007

dúvidas

Eis que um sorriso tolo se desenha no meu rosto e insiste em lá ficar grudado até fazer doer os músculos. Sorriso de quem, nervosamente, tenta esconder o que tanto faz sorrir.
Diz quem o vê, quando olha para mim que foi a paixão ou o amor que deram entrada na minha vida.
Na verdade, é só um sorriso tolo de quem pensa amar.
O amor é quem nos tira do sério, mas é também quem desabrocha o que de mais sério há em nós. É o que nos faz chorar lágrimas de sangue e de raiva, é quem nos faz sentir o vazio por dentro e transpirar por fora.
Esse amor, que tantos sorrisos provoca e tantas línguas descrevem, é o mesmo que nos faz rastejar até ao mais profundo abismo sem corda de segurança para nos recuperar.
Essa coisa que toma posse do meu rosto e me faz sorrir, não é amor meus amigos, é a incerteza do futuro que se nos reserva quando nos entregamos a ele.

alimenta-me o EGO

Já dizia o Gabriel (aquele apelidado Pensador) que a gente cospe no prato que come para depois querer comer no prato em que cuspiu...
E quem sou eu para não te deixar comer...
Tens fome? AGORA COME!!
Come os restos que deixaste abandonados ao relento, ao sol e às moscas.
Come essa podridão acumulada dos dias e das horas passadas à espera de um vento refrescante, dos momentos de rejeição, das horas de desprezo.
E comes... Porque a fome é tanta e a comida escassa.
Porque nada mais resta do que a consequência do mundo que criaste.
Comes com gula, porque o orgulho que te resta já não é força mas ilusão.
Uma ilusão de fruta fresca e intacta apanhada da árvore ao som da lua que te clama uma doçura que já não existe.

E porque todos temos de nos alimentar, eu fico aqui pasmada a olhar-te devorar com sofreguidão o que em tempos consideraste lixo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

E tudo será nada...

Maravilhosa é como posso descrever esta raiva que me habita.
Solitária é a palavra que melhor me destingue.

Inútil é como me sinto.

Mas sei a importância que tenho neste mundo onde as palavras não passam disso, simples palavras para tentar explicar o inexplicável.

Prefiro ser o palhaço da festa a não ter qualquer tipo de festa...

Quero ser o centro do teu ódio, quero ser a vítima do teu orgulho... desde que seja algo para ti... nem que seja uma memória...

E que seria de mim sem o teu "desamor"...?