Sempre tive curiosidade por tudo o que é diferente. As origens, os costumes, as línguas, a maneira de ver e viver que cada um tem de acordo com o local onde nasceu e/ou viveu e que nos fez evoluir até sermos quem somos.
Talvez porque nasci num país distante, de costumes diferentes e com uma simplicidade de vida que nunca voltei a encontrar desde então. A vida fez-me viajar por outros países e conhecer outros mundos mas sempre senti um carinho especial por aquele que acolheu o meu primeiro suspiro.
Nem tudo eram rosas mas nunca faltava o perfume delas no ar por mais difíceis que fossem os tempos. Por entre ruas degradadas ou estradas sem asfalto, nos rios poluídos ou nos jardins lamacentos, tudo era motivo de alegria nem que fosse pelo simples facto de sentir o sol bater-nos na cara e acordar para um novo dia. Era uma vida pobre em meios mas rica em experiências e imaginação. De uma lata vazia depressa se fazia um novo brinquedo. Com tampas de frascos e pedaços de papel surgiam os mais belos clubes de futebol. Com pedras e terra se criavam novo jogos e nada ficava por aproveitar.
Tantas vezes caí sem mãos para me amparar e mesmo de joelhos esfolados e galos na cabeça me levantei para continuar. Nesses tempos parecia-me que as forças nunca me faltavam, que o meu espírito era incorruptível e a inocência eterna.
Mas tudo isto foi há muito tempo, no país onde o meu outro eu vivia.
3 comentários:
Só podes ter nascido mesmo numa terra distante.... é que cá nestes lados já n existem pessoas puras e singulares como tu!
Continua assim um enorme beijo
E eu que pensava ser de outro planeta!!! LOL
Excelente testemunho :)
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