quarta-feira, 30 de maio de 2007

Porque mereço

Desculpem a franqueza
mas quem me conhece sabe
que digo as coisas "nuas" e "cruas"
e como me vêm a cabeça.

Sei que mereço ser amada
e sei o que valho
mais ainda,
mereço até ser idolatrada!

Não que faça por o merecer
mas porque na mesquinhez deste mundo
prefiro ficar de fora
prefiro ser que parecer.

terça-feira, 29 de maio de 2007

esquecer é isto

On oublie les adresses

Comme les gens qui nous blèssent

On oublie sans cesse

Les jours d'anniversaire et nos clefs et les repères, on les perd

On oublieras les chaines de nos vies qui se trainent

On oublie quand même

Mais il est une chose à laquelle nous resterons fidèles

Les yeux,la voix,les mains,les mots d'amour ça reste là

Le jour et l'heure, la peau, l'odeur, l'amour ça reste là

C'est fort encore

C'est mort d'accord

Mais ça ne s'oublies pas

Ne s'oublie pas, ça

On oublie pas

J'oublierais ce mois d'Août où j'ai du faire la route sans toi

Sans doute

J'oublierais ma defaite et le rêve qui s'arrete

J'oublierais peut etre

Mais j'y pense encore quelques fois et ça ne s'explique pas

S'explique pas

Tes yeux,ta voix, tes mains sur moi toujours ça reste là

Le jour et l'heure, ta peau,l'odeur,l'amour ça reste là

C'est fort encore

C'est mort d'accord

Mais ça ne s'oublie pas

Ne s'oublie pas, ça

Je n'oublie pas

Les yeux,la voix,tes mains sur moi,les mots d'amour ça reste là

Le jour et l'heure,la peau,l'odeur,l'amour c'est là

On oublies pas

Les yeux,la voix,tes mains sur moi,les mots d'amour

Ça reste là

On oublie pas

Ça s'oublie pas

Le jour et l'heure,la peau,l'odeur,l'amour c'est là

On oublies pas

Ça s'oublie pas

Les yeux,la voix,tes mains sur moi,les mots d'amour

Ça reste là

On oublie pas

Je t'oublie pas

Le jour et l'heure,la peau,l'odeur,l'amour c'est là

On oublie pas

Je ne t'oublierais jamais.

ZAZIE-"Ça"

Esquecemos os endereços

Como as pessoas que nos magoam

Esquecemos, sem cessar

Os aniversários e as chaves e as referências, perdemo-los

Esqueceremos as correntes das nossas vidas que se arrastam

Esquecemos, de qualquer maneira

Mas há algo a que continuaremos fieis

Os olhos, a voz, as mãos, as palavras de amor, isso fica cá

O dia e a hora, a pele, o cheiro, o amor, isso fica cá

É forte, ainda

De acordo, está morto

Mas isso não se esquece

Não se esquece, isso

Não esquecemos

Esquecerei esse mês de Agosto em que tive de fazer-me a estrada sem ti

Sem dúvida

Esquecerei a derrota e o sonho que se acaba

Esquecerei, talvez

Mais por vezes ainda penso e isso não se explica

Não se explica

Os teus olhos, a tua voz, a tuas mãos sobre mim isso fica cá

O dia e a hora, a tua pele, o cheiro, o amor, isso fica cá

É forte, ainda

De acordo, está morto

Mas isso não se esquece

Não se esquece isso

Eu não esqueço

Os olhos, a voz, as tuas mãos em mim, as palavras de amor, isso fica cá

O dia e a hora, a pele, o cheiro, o amor estão cá

Não esquecemos

Os olhos, a voz, as tuas mãos em mim, as palavras de amor

Isso fica cá

Não esquecemos

Isso não se esquece

O dia e a hora, a pele, o cheiro, o amor estão cá

Não esquecemos

Isso não se esquece

Os olhos, a voz, as tuas mãos em mim, as palavras de amor

Isso fica cá

Não esquecemos

Eu não me esqueço de ti

O dia e a hora, a pele, o cheiro, o amor estão cá

Não esquecemos

Eu nunca te esquecerei.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Lamento

Não imaginas como dói.
Quanto custa apagar-te desta memória que teima lembrar-te a cada segundo.
Ficarás sem saber o vazio que se impoe em troca do teu abraço.
E é assim que fico hoje: Vazia.
Em cada lágrima tento esquecer o que deixaste em mim.
Em cada lágrima tento recuperar o que sobra de mim.

Morrer é também renascer.
Talvez consiga seguir em frente... Talvez não...

Talvez agora consigas ser feliz!

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Não sigas os meus passos.
Não sigas as pegadas dos sentimentos que deixo escapar a cada passo que dou.
Não acredites em mim.
Porque sou egoísta e só eu existo no meu mundo. Tudo o resto é complemento, reflexo do que me falta.
Não vás por onde vou, porque o meu caminho esconde armadilhas sem fim.
Porque guardo bem no fundo quem sou e para onde vou.
Não me sigas. Por mais que te pareça segura do que quero atingir, sou só uma sombra iluminada pela vontade de fugir.
Sou só eu. Única nesta prisão que habito.
Quem me dera livrar-me deste Eu que é tão mais forte que o meu querer.


Amar para quê, se o amor esconde nos seus encantos todos os recantos dos quais tento escapar?

terça-feira, 22 de maio de 2007

Porquê?!

Todos conhecemos aquela fase em que a curiosidade se torna mais aguda, principalmente nas crianças, em que desatam a perguntar-nos o porquê das coisas.
Para quase tudo e, apesar da exaustão que nos causam quando nunca mais param de perguntar porquê, nada é mais difícil de explicar do que a morte.
Porquê? dizem elas... e que outra resposta podemos dar senão: porque é assim; porque todos morremos; porque ficou doente; porque foi melhor assim... (é melhor nunca dizermos isto a uma criança!!) e por mais que tentemos explicar, os “porquês” continuam a surgir, uns atrás dos outros...
Mas nem só as crianças questionam o porquê das coisas. Eu, pessoalmente não tenho muito jeito para aturar esse tipo de questionários e frequentemente deixo essa tarefa à minha amiga sm, até porque eu tenho mais tendência a fazer-lhe essas mesmas perguntas. Porquê isto? Porquê aquilo? Porquê que andas tão em baixo ultimamente? Porquê que não lhe dizes o que sentes? Porque sou assim?! Eu sei que parece mentira para quem me conhece, sempre segura e auto-suficiente, mas a verdade é que sou assim porque tenho o apoio incondicional de uma alma paciente e atenta, eterna apaixonada, sensível e materna.

E venho por este meio demonstrar ao mundo inteiro que reconheço a sua importância na minha vida. Porque apesar de nem sempre ter as respostas que procuro, ajuda-me a encontrar as que preciso. Porque apesar de sensível e tímida, tem uma força infindável para me contradizer e seguir o caminho mais difícil sabendo que todas as portas se abririam se escolhesse o mais fácil.

Não se habituem! Não sou assim por natureza! Mas sei dar o devido valor a quem merece.

Hoje levanto o meu véu para te dizer o quanto és especial. Hoje sou eu que te vou dizer que se tudo acontece, tem uma razão mais profunda do que aquela que vemos. Que a vida é feita de coincidências e consequências. E que tu és só um elo na corrente do destino!
Não tentes compreender o que não tem explicação.
Não procures respostas a perguntas que não podem existir.
Segue o instinto que sempre te foi fiel.
E, aconteça o que acontecer, nunca deixes de seguir o que te dita o coração!

in memory of Ricardo Cardoso

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Eu e...




Ca n'est pas du rimmel sur mes yeux,
Ni du rouge à mes lèvres,
C'est pas c'que tu crois,
Juste que c'est beau.
Ca n'est pas ma robe qui vole un peu,
Pas pour que tu voies mes jambes.
C'est pas c'que tu crois,
Juste que j'ai chaud

Ce n'est qu'une chanson d'ami,
D'ami, pas d'amour.
Ce n'est qu'une chanson d'ami,
Promis, pas d'amour.
Je ne t'aime pas,
Je t'aime bien.

Ca n'est pas ma main, là, dans la tienne,
Ni ta veste sur mes épaules,
Non c'est pas c'que tu crois,
Juste que j'ai froid!
Ca n'est pas ma main, là, qui te gêne,
Oh! je sais, ça n'est pas drôle,
Mais c'est pas c'que tu crois,
C'est juste comme ça!

Ce n'est qu'une chanson d'ami,
D'ami, pas d'amour.
Ce n'est qu'une chanson d'ami,
Promis, pas d'amour!
Je ne t'aime pas,
Je t'aime bien.

Ca n'est pas pour celle que tu embrasses,
Pas pour ça que je pleure,
Si c'est c'que tu crois,
Tu t'es trompé!
Ca n'est pas parce qu'elle a pris ma place,
Pas pour ça que je t'en veux!
Si tu n'veux plus de moi,
Autant se quitter

Avec une chanson d'ami,
D'ami, pas d'amour,
Avec cette chanson d'ami,
D'ami, pas d'amour,
Ce n'est qu'une chanson,
promis, mon amour,
Je ne t'aime pas,
Je t'aime bien.
Tu ne m'aimes plus,
Mais ça fait rien!
E aqui vai uma tradução:
Não é do rímel nos meus olhos,
Nem do batom nos meus lábios,
Não é o que tu pensas,
É só porque é bonito.
Não é do meu vestido a esvoaçar,
Não é para que me vejas as pernas.
Não é o que tu pensas,
É só porque tenho calor.

É só uma canção de amigo,
De amigo e não de amor.
É só uma canção de amigo,
Prometo, não é de amor.
Eu não te amo,
Eu gosto de ti.

Não é da minha mão aqui, na tua,
Nem do teu casaco sobre os meus ombros,
Não, não é o que tu pensas,
É só porque tenho frio!
Não é a minha mão que te incomoda,
Oh! Eu sei que não tem piada,
Mas não é o que tu pensas,
É só porque sim!

É só uma canção de amigo,
De amigo e não de amor.
É só uma canção de amigo,
Prometo, não é de amor.
Eu não te amo,
Eu gosto de ti.

Não é por aquela que beijas,
Não é por isso que choro,
Se é o que pensas,
Estás enganado!
Não é porque ela tomou o meu lugar,
Não é por isso que estou chateada!
Se já não me queres,
Mais vale separarmo-nos

Com uma canção de amigo,
De amigo e não de amor,
Com esta canção de amigo,
De amigo e não de amor,
É só uma canção,
Prometo, meu amor...
Eu não te amo
Eu gosto de ti.
Tu já não me amas,
Mas não faz mal!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Confissão de uma pusilânime.

“No amor, o verdadeiro vencedor esquece que está numa corrida. Apenas ama correr.”
Odeio perder!
Lembro os tempos em que não me cansava de correr e aplicava-me para ganhar a todo o custo. Avaliava os meus adversários antes de me decidir a concorrer e enraivecia-me quando surgiam surpresas. Se perdia, não descansava enquanto não houvesse desforra! E não me importava que fossem mais fortes ou mais rápidos que eu, desde que pudesse demonstrar que nunca me iria vergar à sua alegada superioridade.
Que coragem a minha! Ainda hoje, todos os que me conhecem, sabem que passo por caminhos onde muitos não se aventuram, vou onde não posso e faço o que não devo.
Mas o que vocês não sabem, o que não vos mostro, é que na realidade sou apenas uma destemida cobarde.
No que concerne aos amores então prefiro nem pronunciar-me.
Cobarde por pensar que na recusa de voltar a entregar-me encontrar-me-ei.
Cobarde por encerrar o que me resta de coração numa prisão solitária para que este não mais seja roubado.
Cobarde por desejar a felicidade sem no entanto me arriscar.
Mas, mais ainda, sou cobarde por não conseguir sentir senão as cicatrizes que a vida me presenteou.
Ávida de felicidade, refugio-me nos miasmas do passado; e em fantasmas, dos quais, tal como o amor verdadeiro, todos falam mas nunca ninguém os viu!

sexta-feira, 11 de maio de 2007

RAIVA!!!

Quem me conhece sabe que fervo em pouca água!
Quem convive comigo sabe que por vezes sou insuportável!
Mas se há coisa que me tira completamente do sério é a injustiça!
E hoje estou loucamente IRRITADA!!!
A maior injustiça deste país começa pelo facto de o dividirem em duas classes:
Os grandes e os pequenos!
Temos os senhores doutores e os outros;
Os ricos e os merdas;
Os fardados e a gentinha;
Os que trabalham e os preguiçosos;
Os pensadores e os burros;
Os espertos e os que se f****

Chego a conclusão de que não existo assim como todos aqueles que fazem parte do meu círculo de amigos e conhecidos.
Não existimos senão como uma massa que enche as ruas e lhes rouba o ar que cada um merece não sua própria condição: O2 para uns e CO2 para os outros!

Por mim, podem morrer todos!!!!!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Desejo

Entre as quatro paredes, duas sombras iluminadas por luzes trémulas despem-se do silêncio com arfares de desejo em cada movimento.
O luar penetrando pela janela, reflecte-se nas negras pupilas dilatadas que fitam nervosamente os lábios semiabertos que tanto anseia beijar.
As suas mãos procuram desesperadamente um apoio ao sentir a aproximação do corpo desnudado da outra.
E que melhor amparo que, o da única testemunha presente, aquela que acolherá cada suspiro da sua pele.
Os seus músculos relaxam-se e quase se deixa cair quando finalmente o calor das suas bocas se une, fazendo escorrer um arrepio ao longo da sua coluna vertebral, abandonando-se ao prazer do momento.

A tal história inspirada pela poppie! Thanks, my friend!!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Monólogo

mystique: Vou mudar de ares. Estou mesmo a precisar de ver outras caras e conhecer outros lugares. Vai fazer-me bem.
sm: Sim, faz bem, mas serás sempre a mesma e as mágoas não vão desaparecer por isso.
mystique: Talvez as mágoas continuem presentes mas vou sentir-me melhor.
sm: E não te faz diferença que essa pessoa goste mesmo de ti, que esteja apaixonada?
mystique: Eu não pedi nada. Quando aconteceu eu fui bem clara sobre o que esperar ou não de mim.
sm: Isso são as desculpas que te dás para vingares as mágoas passadas em alguém inocente.
mystique: Ninguém é inocente! Nem mesmo tu...
sm: Nunca proclamei sê-lo.
mystique: Mas pensas que os outros são?!
sm: E não é o caso? Que culpa tenho eu, por exemplo, que essa paixão arrebatadora à qual te entregaste te tenha magoado tanto?
mystique: Toda! Aprendi contigo :)
sm: Lá estás tu a pôr a culpa nos outros. Tu que tanto te proteges, entregaste-te e não soubeste lidar com o fim.
mystique: Nada disso. Eu sei perfeitamente que acabou e por isso mesmo parto para outra.
sm: E arriscas-te a magoar alguém que te ama...
mystique: É um risco que todos corremos quando gostamos de alguém.
sm: Desculpas...
mystique: Não sou como tu. Prefiro partir para outra a fechar-me no meu canto indifinidamente a lembrar uma pessoa e a massacrar-me por não poder estar com ela.
sm: Eu simplesmente prefiro curar-me antes de me atirar de cabeça noutra relação.
mystique: Sim?! E isso dura há quanto tempo, essa cura?
sm: Não é o tempo que conta mas sim o resultado.
mystique: Claro que conta! Tu preferes viver eternamente a lembrar como foi e pensar em como poderia ter sido. E todo este tempo e não vejo resultados!
sm: Prefiro assim do que arriscar-me a magoar alguém que não é por nada na história. E tu, claro está, não pensas nisso.
mystique: Eu prefiro viver o momento.
sm: Então e que momento é esse que te preparas a viver com alguém por quem não sentes nada?
mystique: Um momento de prazer. E eu tenho sentimentos!
sm: Sim, por outra pessoa!
mystique: Porque insistes nisso? Já passou!
sm: Eu sei que tens sentimentos: sentimentos momentâneos de bem-estar, de prazer! Sei que és sincera mas talvez isso não seja suficiente para quem está apaixonado por ti...
mystique: O prazer, tal como o amor são coisas que se dão gratuitamente, correndo riscos como se correm todos os dias nesta vida. E quem me diz que não me apaixono a sério??
sm: Eu conheço-te! Tu não te apaixonas assim de um momento para o outro. Ou gostas ou não gostas. Sempre foste assim...
mystique: As pessoas mudam.
sm: Não de um dia para o outro. Não de forma tão significativa e muito menos tu!!
mystique: Eu mudei muito nos últimos dois anos e tu, mais do que ninguém, sabes isso perfeitamente.
sm: Sei. E lembra-me lá como foi que esse milagre aconteceu! Apaixonaste-te e entregaste-te de corpo e alma.
mystique: Certo! E do que me valeu?
sm: E agora queres voltar a ser quem eras como se nada tivesse acontecido?
mystique: Quero continuar a minha vida. Não quero ficar parada à espera do que já foi.
sm: O que tu não queres é ficar sozinha.
mystique: Eu nunca estou sozinha!
sm: É verdade. Tens-me a mim!
mystique: LOL!!! És mesmo ingénua...

Milena: Decididamente estas duas não se entendem!
Se uma diz mata, a outra diz salva!
Quando uma quer, a outra recusa-se!
Não sei como se entendem.
E pensar que moram juntas!!!!!!!

(...)To be continued(...)

terça-feira, 8 de maio de 2007

Lucky one!

Sorte é um quase-sinónimo de destino, com a principal diferença de admitir uma divisão entre "boa sorte" e "má sorte" (quando se fala em destino, essa divisão é inadmissível). No entanto, imaginar que existe uma sorte é algo que exige admitir a ideia de predestinação, ou seja, de que algo ocorreu por fatalidade, programação ou desígnio imposto por forças maiores, sejam estas cosmogónicas, metafísicas ou teológicas.

Eu não acredito na sorte! As escolhas que fazemos na vida trazem-nos consequências, não castigos ou recompensas! Mas como animal pensante que sou não posso impedir-me de questionar as coincidências.
Como o dia em que conheci o Rich.
Depois de uma viagem de 25horas, sem dormir, a pensar quando poderiam os meus braços novamente sentir o calor do corpo da minha amada, o cansaço venceu-me. Sentada num canto da gare, agarrada aos meus poucos pertences, adormeci. Acordei meia assustada com uma mão que me batia no ombro e ao levantar a cabeça, deparei-me com uns belos olhos verdes arregalados, olhando em volta como se procurasse algo e desconfiasse de tudo. Era o Rich, 13 anos, órfão, desde os 7 a passear-se pelas ruas de Paris e a desenrascar-se. Olhou para mim, já de olhos abertos, e disse-me simplesmente que se me deixasse dormir mais 5minutos poderia acordar só com a roupa no corpo, ou nem isso. Levantei-me, meti a mão ao bolso e reparei que nem dinheiro tinha para beber um café. Ele ofereceu-se para me pagar um, tinha acabado de receber uns trocos e não sabia porque razão acreditava que eu voltaria para lhe pagar o almoço no dia seguinte.
Durante seis meses partilhamos os cantos da gare, os trocos, os almoços, a manta para dormir. Mostrou-me os melhores esconderijos, os códigos da rua e desapareceu como surgiu, sem deixar rasto.
Sorte ou coincidência, não sei. Sei que durante esse tempo tive um irmão. Alguém que cruzou e partilhou a minha vida, ainda que por um curto espaço de tempo, e fez-me esquecer os momentos difíceis que atravessava. Sim, porque comparada a ele eu tinha tudo!

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Presa

Pairas sobre mim como aquelas nuvens que ameaçam chuva e solta-se a tempestade.
Uma única gota caída a teus pés é confundida com a insegurança de te querer.
Quando se afasta a névoa que cresce nos meus olhos, interpretada por ti com a imprudência de um amor adquirido, vejo finalmente o quanto perdi ao dar tanto de mim.
Nego o que mais desejo para libertar quem tanto amo e é nessa ausência que finalmente te desnudas.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Incertezas



"As incertezas ocupam espaços na minha cabeça mas nunca tanto quanto o que ocupas no meu coração"