Tudo pára com o ruído destes pensamentos que insistem perseguir-me e atormentar-me...
Com esta ânsia de descobrir o que está por trás das nuvens e cobrir o passado com uma sombra de perdão...
Porque será tão difícil perdoar?
Não seremos todos fruto de um pecado durante tanto tempo encarado como mortal?
Não seremos todos apenas mortais que pecam por ignorância ou pela simples satisfação de descobrir o fruto da reacção?
E choro o perdão que não te concedo...
E rio-me da ignorância que me é tão própria e tão real...
E perdoo-te para não me esquecer...
Mas esqueço para não te perdoar...
E depois cansei-me de me lembrar que não te tinha perdoado...
E esqueci-me que tudo na vida é fado e tem princípios, meios e chega ao fim...
E por muito que tenhas gostado do filme, e até queiras repetir, mais nenhum será igual ou terá a mesma história...
Porque os pensamentos que me habitam são histórias intermináveis...
Contos de fadas antes de ir dormir...
Antes de pensar que a infância estava perdida e que o futuro não existe...
E tudo dura para sempre ou não dura nada...
E o tempo feito máquina ocupa os nossos dias...
E corremos para nada... E quanto mais corremos mais o comboio da vida nos escapa...
Tormentos e sonhos inúteis...
Deitados ao vento como gotas de chuva...
E qual tempestade nos escoam dos olhos para formar um rio...
E nos levam para o mar...
Habitado por milhares de seres que carregam neles o ADN da nossa própria criação...
Porque todos nascemos num mar a que chamam placenta...
E todos respiramos dentro das lágrimas choradas das nossas mães...
E Mãe é o infinito do amor...
O infinito dos sonhos que alguém possa ter...
O infinito dos meus próprios sonhos...
E Mãe perdoa tudo...
Ou quase nada...