quarta-feira, 25 de julho de 2007

ansiedade


Lembras-te desse sentimento de impotência?
Da dúvida e da angústia que tomavam posse?
Tudo era novo e tudo me lembrava o que já era velho em mim...
Poderia eu fazer com que olhasses para mim com outros olhos?
Seria eu diferente em algum aspecto?
Porque também tu deves ter um novo a conhecer e um velho a lembrar...
Serão os teus olhos capazes de ver o "EU" para além do meu "eu"?
Será possível que repares no ser que renego como se nunca o tivesse sido?
Será amor esta coisa que nasce da novidade que sinto e não vejo?
Será que tens resposta para as perguntas que não faço e que a vida é isso mesmo: o que sentes sem ver?

terça-feira, 24 de julho de 2007

Ficas comigo?

A despedida foi longa. Os meus lábios colavam-se aos teus como se isso tornasse a separação que se avizinhava menos árdua. Os teus braços apertavam-me o corpo como se duvidassem da realização do nosso reencontro amanhã. Como se fosse a última vez, insistíamos em ficar ali, no meio da rua, à vista de todos e sem ver ninguém. Parece sempre ser a última vez. É uma dúvida que se instala em nós à medida que os nossos passos se afastam e nos levam para caminhos diferentes. Ainda que seja por umas horas, por uma noite ou por um dia até nos unirmos de novo, tu vais à tua vida e eu sigo a minha.
Finalmente ganhamos coragem para soltar um “até amanhã” abafado por um beijo roubado sem pensar. Mais um, só mais um... Não vá a vida ser ingrata e estragar-nos o amanhã.
Viras costas e eu fico especada a olhar para ti, enquanto te afastas, na esperança que voltes a lançar-me esse teu olhar mágico uma última vez e outra vez mais.
Fico aqui a ver-te com olhos que já não são os meus e o corpo que me grita a tua ausência.
Viras-te e arremessas um sorriso brilhante que desafia o dos teus olhos.
Levanto a mão para te dizer adeus e viro costas instantaneamente para guardar essa imagem como uma presença real ao meu lado. Continuas aqui. Sinto que te viraste novamente mas recuso-me a olhar para trás. Prefiro guardar esta miragem do que alimentar uma ilusão que vais ficar.
Prefiro guardar-te tal como te deixei: comigo.
Agora que já não estás, vou deliciar-me com o sabor que deixaste na minha boca, o teu cheiro que ainda me invade os sentidos e desfrutar da doçura das tuas carícias imaginárias.
Tudo isso ficará comigo como um fantasma cruel que atenua o vazio que ficou com as últimas palavras que dissemos: “Até amanhã.”

Foto: Love... by LadyAnubis

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Voa até amanhã...

Se o tempo me ensinou que a tua presença era algo prescindível, algo superável e puro fruto do semblante de amor que nutria por ti... então porque razão não me libertas deste nó que me ata as asas e me impede de voar?

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Allegro



Hold my tears sublime my wounds
Drown humanity in tear...now dominate!!!

terça-feira, 10 de julho de 2007

Anjos perdidos

Era uma sensação mais forte do que todas aquelas que conhecia.
Era uma paixão arrebatadora.
Largou tudo, lançou-se de cabeça, perdeu-se entre promessas e sonhos, quando em pleno voo algo atingiu as suas asas perfeitas e deu com a cara na dura realidade da terra batida que sobrevoava.
Os seus sonhos perderam-se na queda, a sua visão ficou nublada pela poeira levantada e os seus sonhos destruídos com a queda.
Ao levantar-se notou que das suas asas simplesmente restavam as penas espalhadas pelo chão. Não voltaria a voar.
Esfregou os olhos arduamente para ver melhor e sentiu as mãos ásperas e secas como nunca as suas tinham sido.
Inspirou profundamente e, com o ar fresco da noite a invadir-lhe os pulmões, sentio um vazio no peito... Não tinha perdido só as asas e a visão... tinha perdido o coração...

Foto: alone_in_the_end by zXxiusXz

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Happy thoughts from happy times



"Que eu tenha peso e medida em tudo... menos no amor"
Balaguer

terça-feira, 3 de julho de 2007

Alberto Caeiro

O Amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
porque já não posso andar só.

Um pensamento visível faz-me andar mais depressa.
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.

Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se não a vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.

Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio...

Continuo a sonhar


Sonhei que te seguia em segredo.
Pisava as tuas pegadas para que não descobrisses a minha presença.
A minha sombra dançava com a tua atrás de ti e tu nem viste.
Mas os sonhos são meras premonições da beleza que pode existir.
A vida é muito mais e eu pergunto-me se quero sonhar para sempre...