Amo...
Amarei...
Há sempre algo para se amar...
Já amei a solidão...
O sol e a escuridão...
Amei sem saber...
Fui amada sem querer...
Amei a verdade e a mentira nela escondida...
Perdi o amor e perdi-me de amores...
Amei a morte...
Morri por amor...
Ressuscitei para amar de novo...
Cresci...
Aprendi que há mais além do amor...
E nada há sem amor...
Amar...
É deixar de viver só por si e para si...
É viver consigo e com o(s) outro(s)...
É reduzir-se à insignificância e elevar-se à grandiosidade...
É perder o horizonte e encontrar o infinito...
É...
Tudo e nada ao mesmo tempo...
Não sei o que é o amor...
Mas sei que amar acalma a dor...
Já vivi paixões intensas e amores efémeros...
Senti palavras escaldaram-me a pele...
Escrevi poemas e cartas...
Descrevi sensações...
Momentos que a memória grava sem pedir autorização...
Mas se há coisa que aprendi...
É que o amor não se escreve...
Não se diz...
Sente-se...
Mostra-se...
Vive-se...
A cada instante...
A cada minuto...
Em cada olhar...
A cada dia...
Todos os dias...
Como hoje...
E tanto fica por dizer...
4 comentários:
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"
So por acaso... Onde anda a mystique ultimamente?
Oh Zaza... Não sei nada da mystique... Deve andar apaixonada... ;o)
Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho
Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio
Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo
Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo
Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo
E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento
Volto então ao teu
joelho
entreabrindo-te as pernas
Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas.
(Maria Teresa Horta)
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